sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Brincadeiras cósmicas



Indómita, vôo sob o cosmos encavalitada numa nuvem negra que cobri de algodão tão branco como só a alvura pode ser. Levo comigo a canção ociosa das cigarras, e um malmequer que vou desfolhando, benquerendo, sobre os pastos verdes.

Mais além, derramo sobre o vasto oceano, calmo, azul e levemente ondulante, o brilho das estrelas colhidas no céu, e um pouco à frente, defronte de um casebre onde crianças brincam na clareira, deixo um dos anéis roubados a Saturno.

Súbito, ouço uma voz autoritária chamando o meu nome!
É o Sol, repreendendo-me por me ter esquecido a chuva, e ao invés, ter trazido a noite escondida na minha montada!
Sorrio, encabulada, pedindo desculpa com ar atarantado, e dou meia volta. Está na hora de recomeçar tudo, outra vez!

ASC © - reservados todos os direitos
10/08/2015 - revisto

Ana Sofia Carvalho

1 comentário:

Às vezes penso

Às vezes penso que não há chuva que me chegue, momentos que me bastem, nem sequer recordações de risos que me preencham. Por outras palavras...