terça-feira, 1 de agosto de 2017

Revisitando o crepúsculo


Gosto de me guiar, e ao mundo, pelos crepúsculos. A mim, porque me situam no tempo e no espaço; ao mundo, porque são reveladores da normalidade essencial à continuidade da vida.

Havia algum tempo que não era chamada à minha varanda pelo espetáculo crepuscular. Talvez porque os dias têm sido uma sucessão de ocasos, embora alguns entre eles tenham tido o mérito de ver o tempo suspenso.

Ah! Como é bom que o tempo e a hora não tenham importância alguma! E como é bom também não perder o tino ao tempo e à hora, quando é o próprio mundo a fornecer as coordenadas porque estamos atentos e paramos para o contemplar.

Afinal, quando o mundo nos chama à terra somos inteiros: necessariamente racionais porque situados espaço-temporalmente, emocionais o bastante para atentarmos no Belo.
E quando assim é, tenho para mim que nada está ainda perdido.

ASC
( direitos reservados)

Ana Sofia Carvalho

1 comentário:

  1. Gostei muito deste texto, como aliás de toda a escrita da Ana, seja poética, prosa poética ou prosa simples.

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Às vezes penso que não há chuva que me chegue, momentos que me bastem, nem sequer recordações de risos que me preencham. Por outras palavras...